29/10/2025
O Banco Central (BC) e as principais bandeiras de cartão de crédito estão em uma fase avançada de discussões para promover a próxima grande evolução no ecossistema de pagamentos brasileiro: a integração do Pix diretamente aos chips dos cartões.
O movimento sinaliza o objetivo do regulador de tornar o Pix não apenas o método de transferência favorito, mas também o mais prático para compras presenciais, rivalizando com a facilidade do “contato zero” dos cartões tradicionais.
A proposta é simples na execução, mas revolucionária no impacto: ao usar o cartão em um terminal de pagamento, o consumidor poderá escolher de forma transparente entre as opções de débito, crédito e Pix.
Pix lidera cenário financeiro
A iniciativa surge em um momento em que o Pix já domina o cenário financeiro nacional. Estudos indicam que o interesse pelo Pix superou o do cartão de crédito em 31% no último ano, e o sistema se consolidou como o principal meio de pagamento de quase 80% da população brasileira.
Em 2024, o Pix já havia alcançado a marca de mais de 63 bilhões de transações, um crescimento robusto de 52% em relação ao ano anterior.
No entanto, o pagamento presencial com Pix ainda apresenta “fricções”. Para quem não possui smartphone Android com NFC ou utiliza iPhone (onde o Pix por aproximação ainda não foi totalmente liberado), a operação exige abrir o aplicativo bancário e escanear um QR Code.
A incorporação do Pix ao cartão elimina essa barreira tecnológica, permitindo que a vasta maioria dos brasileiros realize um pagamento instantâneo com a mesma velocidade e simplicidade de uma transação por aproximação, consolidando o Brasil na vanguarda dos meios de pagamento globais, onde já é destaque com um dos maiores índices de uso de pagamento instantâneo per capita do mundo.
Cabo de guerra do pix parcelado
Em paralelo à discussão sobre os cartões, o BC está finalizando a padronização das regras para o Pix Parcelado, o que pode redefinir o mercado de crédito.
O ponto central da divergência é o canal de cobrança do parcelamento:
Instituições Financeiras defendem um modelo duplo: a cobrança na conta de pagamentos ou a inclusão na fatura do cartão de crédito, esta última sendo apontada por pesquisas de bancos como a opção preferida do consumidor.
O Banco Central, por uma questão de simplicidade regulatória, inclina-se a manter a cobrança exclusivamente na conta corrente/de pagamentos.
A decisão final do BC, esperada para dentro em breve, definirá as diretrizes de uma nova modalidade de crédito que pode ser fundamental para o consumidor que já utiliza o Pix como seu método financeiro principal.
Com a iminente integração do Pix aos cartões, o Banco Central reforça seu compromisso em aprimorar a experiência do usuário e garantir que o sistema de pagamentos instantâneos, que já se tornou o coração das transações no país, seja também o mais fluído e acessível em todas as situações de consumo.
Fonte: Jornal Contábil
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